Tempo político de Adriano; Tarifaço dos EUA; Julgamento do TRE; Quinto Constitucional; entre outros destaques

O tempo político de Adriano

Mesmo que negue com frequência, o prefeito de Joinville, Adriano Silva (Novo), não tem passado despercebido no xadrez político de Santa Catarina. Reeleito com folga na maior cidade do Estado, ele circula com desenvoltura entre prefeitos, empresários e lideranças políticas – sempre com aquele discurso de “não é hora de falar disso”. Mas, sejamos honestos: ninguém transita tanto por fora da própria cidade se não tiver planos maiores.

Adriano já admitiu que pretende disputar o governo. Só prefere jogar a meta para 2030, talvez como forma de evitar o desgaste precoce ou parecer ansioso demais. O problema é que política tem muito a ver com tempo. E ficar fora da vitrine por dois anos é um luxo que poucos conseguem bancar, ainda mais num cenário em constante movimento.

Seus aliados mais próximos enxergam 2026 como uma janela estratégica. O PL, até então hegemônico na direita catarinense, vive um momento de reorganização – e até certo esvaziamento de nomes de projeção nacional, como Eduardo Bolsonaro e Tarcísio de Freitas. Sem um puxador de votos forte no plano federal, o jogo tende a ser mais aberto. E quando há espaço, quem se mexe antes costuma sair na frente.

O Novo, partido de Adriano, ainda não cravou um nome para o governo do Estado. Lançou um pré-candidato ao Senado, o deputado federal Gilson Marques, é verdade, mas tem mantido cautela no tabuleiro majoritário. Ao mesmo tempo, a ausência de nomes consolidados no campo da centro-direita abre margem para alternativas – e Adriano, que governa com uma retórica de eficiência e gestão técnica, parece disposto a ocupar esse vácuo.

Não dá para saber se o prefeito de Joinville vai mesmo colocar o bloco na rua em 2026. Mas se a intenção é manter relevância, seria ingenuidade apostar todas as fichas só para 2030. Política tem timing. E, às vezes, perder o bonde significa esperar mais quatro anos por uma nova chance. A ausência de nomes claros no campo da direita abre espaço, e Adriano observa.

Tarifaço

A comitiva de senadores que participou da missão oficial aos Estados Unidos se reúne hoje à tarde com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Geraldo Alckmin, para tratar dos impactos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. O senador Esperidião Amin (PP), que faz parte do grupo, disse que um dos focos da conversa será a situação de setores estratégicos para Santa Catarina, como pescado, madeira, compressores e motores, todos fortemente atingidos pelas tarifas. Cerca de um terço das exportações de madeira e derivados absolvidos pelo mercado americano também vem do Estado.

Autodeclaração

Está na pauta do TRE-SC (Tribunal Regional Eleitoral) na próxima semana duas ações eleitorais movidas pelo PSD de São José contra o vereador Alexandre Cidade (PL), eleito em 2024. O partido alega fraude na autodeclaração racial do candidato, que se declarou branco em 2020 e pardo em 2024 – supostamente para acessar recursos destinados a candidaturas de pessoas negras. No entanto, a Procuradoria Regional Eleitoral deu parecer contrário às ações, afirmando que não houve comprovação de fraude ou captação ilícita de recursos, e recomendou o desprovimento dos recursos apresentados.

Declarações de Lula

A União Progressista emitiu uma nota ontem demonstrando expressa preocupação com as declarações do presidente Lula sobre o envolvimento dos Estados Unidos em golpes e a intenção de substituir o dólar, alertando que isso pode aumentar tensões econômicas e diplomáticas. Destacou que a retórica confrontacional não ajuda a resolver a crise tarifária, que já prejudica a economia brasileira. A nota é assinada por Antonio Rueda, presidente do União Brasil, e Ciro Nogueira, presidente do PP. Os partidos defendem negociações pragmáticas e estratégias que priorizem a redução de barreiras comerciais.

Oficialização

E mais um nome oficializou candidatura à vaga de desembargador do TJSC pelo Quinto Constitucional. O advogado Mauri Nascimento fez inscrição na semana passada. Com quase 40 anos de atuação, ele tem escritórios em diversas regiões do Estado. A escolha do novo desembargador será conduzida pela OAB/SC em etapas até outubro. A vaga foi aberta com a aposentadoria do desembargador Sebastião César Evangelista.

Advogada na disputa

Quem também colocou o nome na disputa pela vaga de desembargador foi a advogada Sabine Müller. A disputa está movimentando o meio jurídico catarinense. Com mais de 20 anos de atuação e escritório em São José, Sabine é ex-conselheira estadual e federal da OAB, ligada ao grupo da atual gestão da entidade. O prazo para inscrições termina nesta semana.

Código ambiental

O deputado estadual Zé Milton Scheffer (PP) protocolou no STF (Supremo Tribunal Federal) pedido para atuar na ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade), em defesa do Código Ambiental Catarinense e da segurança jurídica dos agricultores. Relator da lei que atualizou o código em 2022, Zé Milton alerta para os impactos socioeconômicos que a ação do Ministério Público Federal pode causar ao Estado, especialmente nas áreas de altitude. Ele defende que a legislação estadual foi construída com base técnica, participação popular e respeito à realidade local, e que não representa flexibilização ambiental, mas sim equilíbrio entre produção e preservação.