PL de Santa Catarina no fio da navalha
O PL vive um momento delicado em Santa Catarina. O projeto de direita tão bem consolidado no Estado corre riscos reais de ruptura. O impasse em torno da candidatura ao Senado em 2026, provocado pela possível entrada do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) na disputa, acendeu um alerta entre lideranças e colocou em xeque a unidade do partido.
O ponto central da divergência é claro: a deputada federal Caroline De Toni, a mais votada de Santa Catarina em 2022, com 227 mil votos, vê sua vaga ao Senado ameaçada. Detentora de um capital político expressivo – teria o apoio de 530 vereadores e 150 prefeitos –, Caroline representa a força da estrutura partidária catarinense. A eventual substituição de seu nome por uma candidatura de fora, como a de Carlos Bolsonaro, provocou forte reação interna e abriu uma disputa de bastidores que se espalha por todas as instâncias do PL.
Nos bastidores, lideranças lembram que “todo mundo em Santa Catarina sabe” que, há um ano, a segunda vaga ao Senado já estava previamente negociada com a coligação. O PL teria direito apenas a uma candidatura própria: a de Caroline De Toni, enquanto a segunda vaga foi pré-indicada ao senador Esperidião Amin (PP). O próprio Jair Bolsonaro, antes de sua prisão domiciliar, teria dito a aliados que ouviria a opinião de Amin antes de definir qualquer nome. A entrada de Carlos Bolsonaro, portanto, rompe um acordo político construído há mais de um ano e gera desconforto entre dirigentes e bases municipais.
Em meio à turbulência, uma informação ganhou destaque e reforçou a gravidade da crise: Caroline De Toni estaria negociando sua saída do PL. As conversas com o Novo, liderado nacionalmente por Eduardo Ribeiro, avançaram nos últimos dias. A deputada, que vê seu projeto ao Senado ser esvaziado, avalia essa alternativa.
A possível saída escancara o risco de debandada. Caso Caroline deixe a sigla, poderá levar consigo uma rede política robusta, composta por prefeitos e vereadores de todo o Estado.
O governador Jorginho Mello tenta conter o avanço da crise. Ele reafirmou que o PL não lançará “chapa-pura” e que a segunda vaga ao Senado ficará com um aliado da coligação, possivelmente o PP. A decisão, embora coerente com a estratégia estadual, não bastou para aplacar a insatisfação da base.
Se a crise não for contida, a saída de Caroline De Toni pode marcar o início de uma reconfiguração profunda na direita catarinense.

Crise leiteira
A Câmara dos Deputados promove hoje, às 15h30, uma audiência pública sobre a grave crise que atinge o setor leiteiro. “Não dá mais para esperar. O produtor está sendo ignorado pelos governos e não pode continuar no prejuízo”, alertou o deputado federal Valdir Cobalchini (MDB-SC), autor do pedido da audiência. Entre os participantes confirmados estão representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária, da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) e do setor leiteiro.

Segurança pública
Uma pauta centrada na segurança pública, com destaque para três projetos do deputado Yury do Paredão (MDB-CE), está na agenda da Câmara dos Deputados nesta semana. O projeto de lei 4.331/2025 aumenta a taxação sobre casas de apostas e direciona os recursos para o fortalecimento das forças de segurança; o projeto de lei 4.332/2025 prevê repasse a Estados e municípios dos valores apreendidos em operações contra o tráfico de drogas; e o projeto de lei 4.333/2025 busca agilizar a tramitação de processos penais com prisão em flagrante, reforçando o combate à criminalidade.

Senado
O deputado estadual Altair Silva (PP) se manifestou sobre o editorial publicado na edição de ontem do jornal ND, “Por que é preciso conhecer Carlos Bolsonaro”. O parlamentar parabenizou o Grupo ND por desenvolver um trabalho de informação para que os “catarinenses não elejam mais um senador carioca de forma desapercebida como já ocorreu em 2022”. Para Altair, a representação catarinense no Senado não pode ficar com apenas um senador e o Rio de Janeiro com cinco. “Lembrando que Jorge Seif já ocupa uma cadeira”, escreveu.

Campanha
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) promove nesta semana a campanha “Votar é a Nossa Cara”, incentivando jovens de 15 a 17 anos a tirarem o título eleitoral para as eleições de 2026. A iniciativa busca fortalecer a participação cidadã precoce, apesar de o voto não ser obrigatório antes dos 18 anos. A mobilização ocorre principalmente nas redes sociais, com apoio de artistas e influenciadores populares entre o público jovem, como Alok e Podpah.

Engenharia em debate
O presidente do Crea-SC, Kita Xavier, participa hoje da audiência pública na Câmara dos Deputados que discutirá o projeto de lei 1024/2020, que atualiza a Lei 5.194/1966, marco regulatório das profissões de engenharia. Convocada pela CCJ a pedido do relator, deputado Cleber Verde (MDB-MA), a reunião reunirá representantes do Confea e de outras entidades do sistema profissional. Nos bastidores, a audiência é tratada como um momento-chave na tramitação do texto, que propõe modernizar regras de registro e ampliar a representatividade no Sistema Confea/Crea/Mútua.




