Prometeu firmeza, entregou hesitação
O Conselho de Ética da Câmara finalmente abriu processo contra os deputados que protagonizaram o motim de agosto, aquele que paralisou a Casa por mais de 30 horas. A cena foi grotesca: parlamentares sentados nas cadeiras da Mesa Diretora, o ponto mais alto do plenário, transmitindo ao vivo o ato de desrespeito à própria instituição.
Entre os 14 envolvidos, três nomes se destacam pela recusa em encerrar a ocupação mesmo após acordo político: Marcos Pollon (PL-MS), Marcel van Hattem (Novo-RS) e Zé Trovão (PL-SC). O comportamento de Pollon foi considerado o mais abusivo, e a proposta é de suspensão de 90 dias por ataques à presidência, somados a outros 30 pela ocupação da Mesa. Já Van Hattem e Zé Trovão devem ser suspensos por 30 dias. Os demais 11 bolsonaristas, na prática, receberão apenas um “cartão amarelo”: censura escrita.
Até aqui, nada além do previsível. O ponto que chama atenção é a fragilidade do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). A demora em instaurar os processos e a decisão de apensar os casos expuseram ainda mais sua falta de autoridade. Motta foi humilhado durante o motim: teve que assistir à negociação para desocupar a Mesa ser conduzida no gabinete de Arthur Lira (PP-AL), seu antecessor, e, mesmo após o acordo, não conseguiu sentar-se na cadeira de presidente. Foi barrado pelos bolsonaristas e precisou da ajuda de líderes partidários para tentar retomar o espaço.
Naquele episódio, Motta se mostrou refém. Sua promessa de firmeza, repetida no discurso de posse, desmoronou diante da primeira crise real. A frase que o marcou, “não sou frouxo”, ecoa hoje como ironia. O presidente da Câmara passou o ano hesitando sobre pautas cruciais, como a anistia, e limitou-se a gestos irrelevantes, como obrigar o uso de gravata no Salão Verde. Um presidente que não conseguiu impor respeito dentro do próprio plenário dificilmente recuperará autoridade nos meses que restam.

Sem cotas
A emenda da deputada Luciane Carminatti ao PLC 21/2025, que previa reservar 20% das bolsas do programa Universidade Gratuita para pessoas pretas, pardas e indígenas, foi rejeitada ontem em reunião conjunta de comissões. Com isso, nem chegou a ser votada em Plenário. A deputada lembrou que já existem leis federais garantindo cotas em universidades e no ProUni.

Consolidação
A presença do governador Jorginho Mello amanhã na Prefeitura de São José, marca um momento político e administrativo de grande relevância. Além da assinatura do contrato com o Fonplata para a construção da nova Beira-Mar de Barreiros, uma das obras mais aguardadas da cidade, o ato simboliza a consolidação da parceria política entre Jorginho e o prefeito Orvino Coelho de Ávila (PSD), firmada no fim de setembro.

Base do prefeito
Nos bastidores, o evento confirma a aproximação entre dois grupos políticos que alterou a configuração da base do prefeito na Câmara de Vereadores, agora ampliada com a chegada de três parlamentares do PL. O movimento pavimenta o caminho do vice-prefeito Michel Schlemper (MDB) para 2026, que desponta como o principal nome do grupo para disputar uma vaga na Assembleia Legislativa, representando São José.

Fez escola
O projeto do deputado Carlos Humberto (PL) que criou a rota do Antigomobilismo em Santa Catarina fez escola. Do Rio Grande do Sul, o deputado Guilherme Pasin (PP) apresentou um projeto que é basicamente uma cópia do que agora já é lei em Santa Catarina. A atual legislação, já sancionada pelo governador Jorginho Mello (PL), aguarda regulamentação da Secretaria de Turismo.

Troca
O presidente do TJSC, desembargador Francisco Oliveira Neto, renunciou ontem à presidência do Consepre (Conselho de Presidentes dos Tribunais de Justiça do Brasil). O comando ficará agora com o presidente do Tribunal de Justiça de Rondônia, desembargador Raduan Miguel Filho. O anúncio ocorreu durante o 17º Encontro do Conselho, em Salvador. A saída se deve à nomeação para o novo cargo de diretor do Fundo de Modernização do CNJ. Oliveira Neto seguirá acumulando a função com a presidência do TJSC. Na foto, Oliveira Neto (à esq.) e Raduan (à dir.). foto que mandei acima é pra esta nota

Segurança nas praias
A Alesc aprovou pedido de informação do deputado Antídio Lunelli (MDB) sobre o planejamento do governo do Estado para reabertura e ampliação de postos de guarda-vidas na pré-temporada de verão deste ano. O parlamentar cobra reforço nas guarnições, reativação de postos desativados e manutenção dos voluntários. Antídio alerta para o aumento de turistas fora da alta temporada e a necessidade de estrutura de salvamento. Na última temporada, oito pessoas morreram afogadas, seis em locais sem guarda-vidas.




