MDB não abrirá mão da majoritária
O MDB deu início à articulação para as eleições de 2026, e um ponto central dessa estratégia está na busca por um lugar de destaque na chapa majoritária do governador Jorginho Mello (PL). O partido quer garantir desde já que terá voz e espaço, especialmente ocupando a vaga da candidatura a vice-governador. “O MDB não vai abrir mão de estar na majoritária, são predicados necessários”, reforçam dirigentes do partido, em tom categórico.
Entre os nomes em destaque para assumir essa função estão o do deputado federal Carlos Chiodini, que tem se apresentado o mais forte; e o do secretário de Estado da Infraestrutura, Jerry Comper.
Favorito, Chiodini mantém certa cautela. Ele reconhece que aceitar a vaga de vice, embora seja uma oportunidade estratégica, poderia comprometer sua atual base eleitoral e inviabilizar uma nova candidatura à Câmara dos Deputados, o que exige uma decisão bem calculada.
Além do foco na candidatura a vice, o MDB quer fortalecer a representação proporcional, como forma de evitar que a legenda sofra novos reveses. Após reduzir de nove para seis deputados estaduais nas últimas eleições, o partido traçou metas ambiciosas: eleger ao menos quatro deputados federais e aumentar a bancada estadual para oito representantes. A perspectiva de ampliação do número de cadeiras na Assembleia Legislativa, de 40 para 44, também abre espaço para novas articulações.
Porém, o MDB não quer apenas crescer numericamente; deseja reforçar sua posição de protagonismo e influência no cenário político catarinense. A direção estadual do partido tem alertado para a importância de não descuidar da proporcional, algo que, segundo os dirigentes, já foi um problema em eleições anteriores. A meta agora é alinhar prioridades, atrair novos quadros e evitar a dependência de acordos de última hora durante as convenções.
O MDB quer fazer valer seu peso político em 2026 e não quer apenas um papel secundário.
Contatos
A deputada federal Caroline de Toni (PL) tem intensificado os contatos políticos em Santa Catarina, de olho nas articulações para as eleições de 2026. Em agenda recente pela Grande Florianópolis, esteve em Palhoça ao lado do prefeito Eduardo Freccia, reunindo-se com lideranças de 13 municípios para debater demandas regionais. No encontro, a parlamentar destacou seu trabalho em Brasília, especialmente à frente da Comissão de Constituição e Justiça e como líder da Minoria na Câmara. Caroline tem sido apontada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro como um dos possíveis nomes do PL para a disputa ao Senado, o que reforça sua estratégia de consolidar influência estadual e fortalecer sua base eleitoral.
Disputa no PP
O Progressistas enfrenta divisões internas entre os deputados estaduais e o comando estadual da sigla. Pessoas ouvidas reclamam que enquanto os deputados trabalham em estreita colaboração com os prefeitos, a executiva estadual do partido segue sem envolver as lideranças regionais. Diante desse dilema, o partido anunciou que promoverá encontros regionais, mas os deputados estaduais já informaram que essa ação não foi discutida previamente e, por isso, não contarão com a participação deles. Com a aproximação de 2026, mais de 50 prefeitos do partido têm reclamado da condução da sigla.
Na estrada
O deputado federal Rafael Pezenti (MDB), acompanhado pelo ex-deputado Rogério Peninha Mendonça (MDB), vai percorrer mais de 700 km em roteiro pelo Médio e Alto Vale do Itajaí, em quatro dias. O objetivo é prestar contas do mandato, ouvir demandas de prefeitos, vereadores e lideranças, e anunciar novos recursos para obras. Em Ituporanga, reuniram gestores de 10 cidades e reforçaram o compromisso com a reeleição de Pezenti. O deputado destacou a importância de manter diálogo contínuo com as comunidades, enquanto Peninha elogiou o desempenho do sucessor, afirmando que “o aluno superou o professor”. Nos bastidores, Peninha tem descartado um retorno às disputas eleitorais, porém não descarta entrar na briga como candidato a deputado estadual, caso tentem atrapalhar o projeto de reeleição de Pezenti à Câmara Federal.
Exame toxicológico
O polêmico projeto de lei 235/2019 retornou à pauta na Alesc após ser desarquivado. A Comissão de Finanças e Tributação aprovou o parecer do relator deputado Jair Miotto (União). O projeto, de autoria do deputado Jessé Lopes (PL), determina a obrigatoriedade de exame toxicológico para candidatos que pretendam ingressar em universidades públicas estaduais e busca reforçar medidas de prevenção ao uso de drogas ilícitas. A proposta havia recebido pareceres contrários da Udesc e das secretarias da Educação, Saúde e Segurança Pública, que criticaram seu caráter excludente e questionaram a execução prática. Agora, o projeto avança novamente, reacendendo o debate na Alesc.
BRDE
O programa de apoio às micro e pequenas empresas do BRDE já liberou R$ 60 milhões em crédito para quase 350 empreendimentos em 80 municípios de Santa Catarina, em menos de dois meses. O diretor financeiro do BRDE, João Paulo Kleinübing, destacou que os recursos, repassados por cooperativas e instituições parceiras, oferecem condições favoráveis para estimular o crescimento dos negócios. Os setores contemplados incluem comércio, indústria e serviços. Entre as cooperativas, o Sicoob São Miguel SC e o Sicoob Credial lideram a concessão de crédito. A linha mais procurada é o BNDES Crédito Pequenas Empresas – Pronampe BRDE Sustentável 2025, que representa 81% do total contratado.
