A vantagem de Jorginho Mello na corrida eleitoral
A pesquisa da Neokemp, encomendada pelo Grupo ND, publicada neste fim de semana nas plataformas da empresa, oferece um retrato inicial consistente do ambiente eleitoral catarinense, com um quadro que favorece o atual governador. Os dados mostram Jorginho Mello (PL) à frente, beneficiado pela visibilidade inerente ao cargo e pelo alinhamento com o perfil majoritário do eleitorado. No entanto, o estudo também evidencia pontos de atenção e dinâmicas regionais que podem influenciar o desenvolvimento da campanha.
O desempenho de Jorginho é mais forte nas regiões de maior concentração populacional, especialmente no Litoral. Essa vantagem regional sustenta sua posição como principal nome neste momento. Por outro lado, a pesquisa revela que o Oeste apresenta uma configuração distinta, onde o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD) se destaca e demonstra capacidade de competitividade.
Quando o cenário é reduzido, com menos candidaturas, o crescimento de Rodrigues indica que parte dos eleitores que hoje se distribuem entre outras opções poderia migrar para o PSD em um ambiente mais polarizado. A baixa rejeição do pessedista reforça a possibilidade de expansão, caso a campanha avance para um quadro de menor fragmentação. Com pouca visibilidade e sem a máquina do governo estadual, para muitos Rodrigues está atrasado e precisa correr contra o tempo para vingar em uma campanha estadual se ele quer ter viabilidade eleitoral.
Para o PT, o retrato é ambíguo: Décio Lima tem desempenho competitivo para os padrões do partido no Estado, enquanto Fabiano da Luz enfrenta alta rejeição, por não ser conhecido no Estado por nunca ter disputado uma eleição majoritária estadual e ainda carrega o petismo que alavanca rejeição de qualquer candidato em Santa Catarina.
A presença de um contingente relevante de indecisos, especialmente entre os mais jovens, também contribui para manter o cenário aberto. Essa parcela do eleitorado tende a se definir mais tarde no processo, o que pode alterar a configuração atual.
No conjunto, a pesquisa aponta um favoritismo inicial do governador, mas não consolida um desfecho antecipado. As diferenças regionais, a baixa rejeição de possíveis adversários e a quantidade de eleitores ainda sem definição sugerem que o quadro, embora estável agora, permanece sujeito a mudanças conforme o debate eleitoral ganhar intensidade em 2026.
Santa Catarina segue sendo um Estado de perfil conservador. O ano eleitoral promete mais movimento do que a fotografia atual sugere – especialmente se as alianças partidárias, até agora incertas, redefinirem o campo oposicionista.

Apoio nacional
O Creci-SC levou à Plenária Nacional do Conselho Federal de Corretores de Imóveis, em Fortaleza, o tema das taxas dos cartórios e das distorções no Código de Normas Extrajudiciais na avaliação do valor dos imóveis. De acordo com o vice-presidente, Gabriel Carrara, o Conselho Regional busca apoio para atuação junto a outras instituições, incluindo o Conselho Nacional de Justiça.

Proposta alternativa
O Creci-SC apresentou recentemente uma proposta alternativa ao Projeto de Lei Complementar, de autoria do TJSC, que tramita na Alesc. A entidade quer evitar novas surpresas negativas, a exemplo do que aconteceu em 2023, além de corrigir o equívoco de delegar aos cartórios a avaliação de imóveis, atividade exclusiva do corretor, conforme a Lei nº 6.530/1978. O conselho espera que as reuniões das comissões do Legislativo, previstas para os próximos dias, aprofundem o debate da proposta, evitando novos prejuízos à sociedade.

Ponta a ponta
Durante palestra no 4º Congresso Internacional dos Tribunais de Contas encerrado na sexta-feira, em Florianópolis, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Flávio Dino, voltou a defender a necessidade de transparência e rastreabilidade, “de ponta a ponta”, dos recursos públicos destinados às emendas parlamentares.

Recado
O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara, cobrou o Centrão sobre sua lealdade a Jair Bolsonaro (PL), após a oficialização de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como pré-candidato à presidência em 2026. Sóstenes lembrou o abandono do Centrão na votação da anistia a apoiadores do ex-presidente, usando um tom de crítica nas redes sociais. “O Centrão continuará sendo leal ao presidente Jair Bolsonaro ou vão (sic) abandoná-lo como o abandonaram (sic) na Anistia??!!”.

Democrata
O TSE aprovou por unanimidade a mudança de nome do PMB (Partido da Mulher Brasileira), que passará a se chamar Democrata. A decisão seguiu o voto do relator André Mendonça, que determinou que a sigla ajuste seu estatuto em até 90 dias. Segundo o ministro, não há risco de confusão com o extinto DEM, já que a proteção sobre nome e sigla deixa de existir após a fusão ou extinção de um partido.

No RJ
O anúncio do nome do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como pré-candidato à presidência da República reorganiza o tabuleiro do bolsonarismo – e pode alterar a situação do vereador Carlos Bolsonaro em Santa Catarina. Até aqui, a candidatura de Carlos ao Senado pelo Estado era tratada como prioridade pelo PL nacional, sobretudo porque Flávio, antes cotado, disputaria a reeleição ao Senado no Rio de Janeiro. Com a migração do irmão para a disputa presidencial, o “plano natural” seria redistribuir tarefas: Por lógica política, Carlos deveria ocupar o espaço no RJ.

Puxar de volta
Em SC, a candidatura do vereador nunca foi consenso – nem entre lideranças locais do PL, nem entre aliados de Jorginho Mello. Cogita-se que o PL fluminense já articula para “puxar de volta” o nome mais orgânico da família. Hoje, cresce nos bastidores a leitura de que Carlos pode, sim, desistir da candidatura em Santa Catarina – oficialmente por “reequilíbrio estratégico” e não por recuo. Se isso ocorrer, o PL catarinense se veria liberado para reorganizar a disputa ao Senado com alternativas locais.




