Embate entre deputados na Alesc
O embate entre os deputados estaduais Ivan Naatz (PL) e Paulinha (Podemos), ocorrido na sessão plenária de ontem, escancarou uma disputa que vai além de divergências pontuais. Trata-se de um conflito de forças que mistura política, gênero e questões de liderança dentro da Assembleia Legislativa de Santa Catarina. O que começou como um debate sobre a coordenação da Bancada Parlamentar do Vale do Itajaí, rapidamente ganhou contornos de embate ideológico e pessoal.
Paulinha usou a tribuna para denunciar o que classificou como violência política de gênero. Em sua fala, apontou episódios recentes em que foi chamada de “golpista” por Naatz, após assumir a coordenação da bancada. Ela destacou que a escolha foi feita em consenso com os colegas e citou ainda comentários sobre sua vestimenta, feitos pelo deputado em uma postagem da Alesc, como um exemplo de tentativa de desqualificação de sua atuação. Amparada pela lei 14.192/2021, que tipifica violência política de gênero, Paulinha deixou claro que sua fala buscava um enfrentamento público a essa prática.
Do outro lado, Naatz negou qualquer caráter machista em suas críticas e apontou que a disputa não seria sobre gênero, mas sobre legitimidade na escolha da coordenação da bancada. Em tom provocativo, acusou Paulinha de “vitimização”, afirmando que a defesa baseada no gênero seria uma estratégia de quem não teria outros argumentos para se sustentar.
A discussão, que começou na tribuna, continuou no plenário, com trocas de farpas que acabaram interrompendo o discurso da deputada Luciane Carminatti (PT). A tensão chegou a tal ponto que o deputado Mário Motta (PSD) precisou intervir para evitar que a situação fugisse ao controle.
A disputa entre os dois deputados parece, portanto, ir além do debate sobre quem deveria liderar a bancada ou sobre um suposto golpe. O que se vê é um embate por espaço. E, como tantas outras disputas políticas, ela reflete o desafio de encontrar equilíbrio entre confronto e diálogo em um ambiente marcado por egos, ideologias e interesses diversos.
No fim, o que se espera é que a Assembleia Legislativa de Santa Catarina continue sendo um espaço para o embate de ideias – e não de ataques pessoais –, buscando sempre o interesse público como prioridade.

Inadequada
O Crea-SC e o Senge-SC criticaram a nomeação do advogado André Fleury Bonini como diretor geral de Engenharia do Porto de Itajaí, por considerarem inadequada a escolha de um profissional sem formação técnica. As entidades alertam que a decisão compromete a segurança e a eficiência das operações portuárias. Bonini ocupou interinamente a superintendência no início de janeiro. O presidente do Crea-SC, Kita Xavier, destacou que cargos técnicos devem ser ocupados por profissionais qualificados, e não por indicações políticas. A presidente do Senge-SC, Roberta Maas, reforçou que a engenharia exige experiência e habilitação profissional para garantir qualidade e segurança.

Denúncia Segura
A Alesc aprovou por unanimidade o projeto de lei Denúncia Segura, que assegura o sigilo da identidade de vítimas e denunciantes de crimes violentos. Proposto pelo deputado Napoleão Bernardes (PSD), o projeto busca fortalecer o combate à violência doméstica. Se sancionada pelo governador Jorginho Mello (PL), a medida permitirá que cidadãos solicitem a proteção de seus dados pessoais nos boletins de ocorrência, tanto presencialmente quanto online, ficando o delegado responsável pela análise do pedido.

Mercado da Madeira
Fiesc, Fiep e Fiergs solicitaram ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços apoio nas negociações sobre as taxas de 25% aplicadas pelos Estados Unidos às exportações de produtos de base florestal. A medida impacta o setor de madeira e móveis de Santa Catarina, que exportou US$ 1,55 bilhão em 2024, com US$ 765,76 milhões destinados aos Estados Unidos. O presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, destacou que o segmento é o segundo maior exportador catarinense e gera 72 mil empregos no Estado.

Transparência nas Contas Públicas
O Sindaf/SC (Sindicato dos Auditores Estaduais de Finanças Públicas de Santa Catarina) apresentou ao secretário de Estado da Casa Civil, Kennedy Nunes, a campanha “O que você tem a ver com as finanças públicas?”, que visa estimular a sociedade a cobrar transparência e eficiência na gestão do dinheiro público. A iniciativa já conta com apoio de diversas instituições, como Alesc, MPSC e Secretaria da Fazenda. Durante o encontro, Kennedy elogiou o papel dos auditores de finanças e expressou apoio à campanha.

Representação
O presidente do Conen (Conselho Estadual de Entorpecentes de Santa Catarina), Fernando Henrique da Silveira, está em Brasília na reunião de presidentes de Conselhos Estaduais de Entorpecentes. Vai participar também do lançamento do Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas, no ministério da Justiça e Segurança Pública.