Duas vagas; Eduardo critica Amin; Simpósio na Alesc; Medalha para Pedro Uczai; entre outros destaques

Três candidatos, duas vagas e um conflito

A disputa pelas duas vagas ao Senado em 2026 já movimenta os bastidores da política catarinense e coloca três nomes no centro da conversa. O ambiente ainda é de pré-articulação, mas o sinal emitido pelo governador Jorginho Mello, ao reconhecer que há dois espaços e três interessados, confirma que o tema ganhou força e passou a orientar estratégias dentro e fora do PL.

O primeiro nome é Caroline De Toni, hoje a figura mais consolidada da direita catarinense para a corrida ao Senado. A deputada acumula vantagem em pesquisas internas, tem forte alinhamento com o bolsonarismo e conta com boa aprovação no eleitorado conservador, especialmente no Oeste. Sua eventual candidatura é vista como natural dentro do partido e coloca pressão sobre os demais interessados.

Carlos Bolsonaro também entrou no radar. A mudança de domicílio eleitoral para Santa Catarina abriu espaço para sua participação direta na disputa, criando um novo elemento político. O movimento foi recebido com surpresa por parte das lideranças locais e obriga o PL a administrar internamente duas figuras de grande peso no mesmo projeto. Carlos tem reconhecimento nacional e forte público digital, mas não lidera as sondagens iniciais. Além disso, enfrenta o que nenhuma campanha robusta consegue ignorar: rejeição elevada. Pesquisa da Neokemp aponta 37% de rejeição e 60,6% dos catarinenses consideram inadequada sua candidatura, por vê-lo como um político de outro Estado.

O senador Esperidião Amin completa a lista dos três nomes mais competitivos. Com longa trajetória e presença consolidada no Estado, Amin busca a reeleição, mas enfrenta um cenário mais complexo do que o de outros pleitos. A força do PL e o crescimento da direita bolsonarista tornam sua permanência dependente de uma articulação ampla, capaz de unir segmentos que hoje não atuam necessariamente de forma coordenada.

O quadro ainda está aberto. As conversas seguem, pesquisas internas continuam sendo produzidas e alianças deverão se definir apenas em 2026. O único consenso do momento é que Santa Catarina terá duas vagas para preencher e três candidatos com densidade eleitoral disputando espaço, o que garante uma eleição competitiva e imprevisível no futuro do campo político mais influente do Estado.

Social-democrata

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) elevou o tom e põe mais fogo no racha dentro do PL ao mirar diretamente no senador Esperidião Amin (PP). Em entrevista à Jovem Pan, quinta-feira (13), Eduardo defendeu a pré-candidatura do irmão, o vereador Carlos Bolsonaro (PL), ao Senado por Santa Catarina e reposicionou Amin fora do campo da direita no Estado. Segundo ele, o próprio Amin se declara social-democrata, o que, na visão do deputado, o coloca distante do espectro ideológico do bolsonarismo: “Eu não vejo um social-democrata no espectro da direita”.

Código do Consumidor

A Alesc sediará, segunda (17) e terça-feira (18), o Simpósio Estadual “35 anos do Código de Defesa do Consumidor e os Desafios na Proteção Jurídica”. A abertura será às 9h, em evento promovido pelas Comissões de Trabalho e de Direitos do Consumidor, com apoio da Escola do Legislativo, OAB/SC, MPSC e Fepsc (Fórum Estadual de Procons). O deputado Ivan Naatz (PL), presidente da Comissão de Trabalho, destaca que o objetivo é discutir os desafios da proteção jurídica ao consumidor. O encontro abordará temas como superendividamento, inteligência artificial e golpes virtuais, reunindo especialistas de diversos estados, magistrados, economistas e representantes do Ministério Público.

Condecoração

Em cerimônia em Brasília, o presidente Lula e o ministro Camilo Santana concederam ao deputado federal e professor Pedro Uczai (PT) a insígnia de Grande Oficial da Ordem Nacional do Mérito Educativo. A honraria reconhece contribuições relevantes à educação brasileira. Uczai destacou sua atuação na ampliação do acesso ao ensino superior em Santa Catarina. No âmbito nacional, relatou o Programa Pé-de-Meia, que beneficia mais de 4 milhões de estudantes do ensino médio. A solenidade também homenageou postumamente o ex-reitor da UFSC, Luís Carlos Cancellier, condecorado como comendador.

Vitória

A Procuradoria-Geral do Município de Florianópolis obteve uma vitória substancial e de grande impacto financeiro perante a Justiça Federal, garantindo que o município incorpore ao seu tesouro não apenas o Imposto de Renda Retido na Fonte sobre pagamentos futuros de bens e serviços, mas também a recuperação dos valores que, no passado, o ente municipal foi impedido de reter por força de atos normativos inconstitucionais da União. A decisão, proferida pela 4ª Vara Federal de Florianópolis, consolida o alcance máximo da tese fixada pelo Supremo Tribunal Federal, assegurando o pleno exercício da autonomia financeira municipal.

Ame-o ou deixe-o

Em reflexão publicada nas redes sociais, o ex-governador Carlos Moisés criticou a postura das deputadas catarinenses, em uma indireta às deputadas Ana Campagnolo e Caroline De Toni, afirmando que ambas “beberam do bolsonarismo, ame-o ou deixe-o”. Segundo Moisés, enquanto seguem submissas, são tratadas como “boas meninas”, mas, quando expressam opiniões próprias, enfrentam a reação do chamado “gabinete do ódio”, demonstrando que “o instrumento criado se volta contra o criador”. Para ele, a estratégia adotada pelas parlamentares seria a de “engolir o choro”, priorizando a importância dos cargos em detrimento de valores, princípios e razoabilidade.

Candidaturas avulsas

O STF iniciou na última sexta-feira (14) o julgamento que decidirá se o Brasil manterá a exigência de filiação partidária para candidaturas a presidente, governador, prefeito e senador ou se permitirá candidaturas avulsas, aquelas em que o cidadão disputa sem estar ligado a nenhum partido político. A análise ocorre no Plenário Virtual e deve durar sete dias. A decisão pode impactar as regras das eleições de 2026 e o papel dos partidos políticos. O caso foi relatado pelo ex-ministro Luís Roberto Barroso, cujo voto apresentado em maio será a base do julgamento. O ministro Alexandre de Moraes havia pedido mais tempo para analisar o recurso.