Caixa-preta do INSS; Financiamento da Beira-Mar; Prefeito e Vice absolvidos; BR-280; entre outros destaques

CPMI para abrir a caixa-preta do INSS

O escândalo dos descontos indevidos nas aposentadorias e pensões do INSS é, no mínimo, uma afronta à dignidade de milhões de brasileiros que, depois de uma vida inteira de trabalho, são surpreendidos com verdadeiros assaltos legalizados em seus benefícios. A cifra de R$ 6,3 bilhões levantada pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União não é apenas um número — ela carrega o peso da injustiça contra quem deveria ser protegido.

Por isso, é mais do que justa, é necessária, a instalação da CPMI do INSS, apelidada com razão de “CPMI do roubo dos aposentados”. A investigação precisa avançar, não só para identificar e punir os responsáveis, mas para estancar de vez esse esquema que, claramente, se manteve ativo durante anos com a conivência — seja por omissão ou participação — de setores que deveriam zelar pela segurança dos beneficiários.

Não é razoável que aposentados e pensionistas tenham que se defender de cobranças fantasmas, associações que nunca autorizaram e descontos que sequer sabem de onde vêm. O INSS, que deveria ser sinônimo de proteção social, virou, neste episódio, símbolo de vulnerabilidade institucional.

A pressão da sociedade e o apoio expressivo de deputados e senadores à CPMI são respostas diretas a esse absurdo. E que ninguém tente desviar o foco com discursos sobre “gastos com comissão” ou “palanque político”. O verdadeiro desperdício é deixar que esquemas como esse sigam impunes, drenando bilhões dos mais frágeis.

Que a CPMI vá fundo. Que exponha, doa a quem doer, quem se aproveitou da boa-fé e da fragilidade de aposentados e pensionistas. O Brasil precisa dar uma resposta à altura: proteger quem sempre sustentou este país com seu trabalho.

Financiamento

O senador Esperidião Amin (PP) destacou, no Senado, a eficiência da gestão financeira do prefeito Orvino Coelho de Ávila, que viabilizou o financiamento de US$ 43,2 milhões para a Beira-Mar de Barreiros, com contrapartida de US$ 10,8 milhões. O projeto recebeu aval da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos), com Amin como relator. A obra, que terá 3,7 km, ciclovia e áreas de lazer, e promete ser um novo eixo de desenvolvimento para a Grande Florianópolis. A licitação internacional será lançada nas próximas semanas.

Mantidos

O TRE-SC reverteu em sessão, ontem, por unanimidade, a cassação dos diplomas do prefeito e vice de Imaruí, Patrick Corrêa, e Lucenir Lemos Guterro, por falta de provas de abuso de poder político nas eleições de 2024. A acusação apontava uso da máquina pública na organização de festa municipal. Na mesma sessão, o TRE manteve os mandatos do prefeito reeleito de Mirim Doce, Bernardo Peron, e de seu vice, Orli Adriano, rejeitando recurso que questionava a elegibilidade da chapa. A ação alegava que o prefeito estaria inelegível após ter o mandato anterior cassado pela Câmara. Ambas as decisões ainda cabem recurso.

Retomada da BR-280

A duplicação do Lote 1 da BR-280, entre Araquari e São Francisco do Sul, voltou ao debate na Assembleia Legislativa. O superintendente do Dnit em SC, Alysson de Andrade, se reuniu com a Bancada do Norte e garantiu que há R$ 96,9 milhões previstos no Orçamento de 2025. Segundo ele, o trecho é o mais complexo do estado e exige um novo projeto executivo. Deputados da Bancada Norte vão a Brasília cobrar agilidade na análise e na licitação.

Alerta

O engenheiro Ricardo Saporiti, em estudo encomendado pela Fiesc, alerta que o atraso na duplicação da BR-280 traz impactos crescentes: acidentes, filas, poluição e prejuízos logísticos, especialmente no acesso ao Porto de São Francisco do Sul. Parada desde 2022, com 74% das obras pendentes, a duplicação agora exige uma atualização completa do projeto, incluindo uma ponte sobre o Canal do Linguado. O risco é de que a obra se arraste ainda mais se não houver pressão política efetiva.