Bolsonaro trava a direita
A direita brasileira vive um impasse. Jair Bolsonaro segue como principal referência, mas está inelegível, acuado pela Justiça e sem sinal claro sobre qual caminho deseja para 2026. Mesmo assim, os principais nomes do campo conservador, como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Romeu Zema (Novo-MG), Ratinho Júnior (PSD-PR) e Ronaldo Caiado (União-GO), seguem aguardando um gesto, um aceno, uma definição.
Bolsonaro comanda a direita brasileira como se fosse o único homem no campo. E o pior: boa parte dos seus aliados se deixa conduzir por ele como se fosse um oráculo — mesmo que o oráculo esteja, desde sexta-feira (18), com tornozeleira eletrônica.
Tarcísio, Zema, Ratinho Júnior e Caiado assistem a um teatro sem roteiro: será que Bolsonaro vai escolher alguém? Vai vetar todo mundo? Será um “candidato-fantasma”? A direita brasileira precisa sair desse cativeiro político. Porque hoje, quem carrega Bolsonaro não carrega apenas seu legado: carrega também a dúvida se ele estará solto em 2026.
Bolsonaro cumpriu a sua missão. Mas deveria ter um ato de grandeza e sair de cena, abrindo espaço para novas lideranças de direita. Como uma Kombi parada no meio da estrada, ele trava o fluxo de ideias e a renovação de nomes no campo conservador, enquanto o país segue adiante, com urgência por alternativas.
O problema é que a indefinição custa caro. Bolsonaro, mesmo fora da disputa, ainda é peça central no jogo, mas ninguém sabe se será líder, apoiador ou apenas alguém que impedirá a engrenagem de girar. Enquanto isso, a direita perde tempo, espaço e a chance de apresentar ao Brasil um projeto estruturado, plural e competitivo.
A demora na escolha de um nome viável pela centro-direita é mais que hesitação — é submissão. Bolsonaro, entre uma bravata e outra, tenta manter o controle da sucessão como se ainda tivesse o trono. Mas Bolsonaro não pode ser o único farol. O Brasil precisa de liderança — e de escolhas feitas com coragem, não com hesitação.

Colônia
O presidente estadual do PT em Santa Catarina, Décio Lima, saiu em defesa da postura adotada pelo presidente Lula diante da taxação de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. Segundo ele, Lula assumiu uma posição histórica ao afirmar que o Brasil “não é colônia americana”. Para Décio, a resposta do governo demonstra soberania e compromisso com os interesses nacionais. Ele também destacou a importância de união em torno da defesa das cadeias produtivas brasileiras.

Sem inchaço
A Facisc se manifestou contra o aumento no número de deputados federais, mas apoiou a redistribuição das cadeiras com base na população de cada Estado. Em ofício aos parlamentares catarinenses, a entidade defende que a mudança ocorra dentro do atual limite de 513 vagas. Para o presidente Elson Otto, o momento exige responsabilidade fiscal e foco na eficiência dos gastos públicos. A proposta visa corrigir distorções na representatividade sem elevar custos.

Representação
Na região formada por Biguaçu, Governador Celso Ramos e Antônio Carlos, lideranças começam a articular um movimento por maior representatividade na Assembleia Legislativa. O nome que desponta como consenso é o do prefeito de Biguaçu, Salmir da Silva (MDB), reeleito com mais de 70% dos votos. A avaliação é que a região, estratégica e em pleno crescimento, já passou da hora de ter um representante direto no Parlamento catarinense.

Baixar a fervura
O governador Jorginho Mello (PL) criticou a operação da Polícia Federal que teve como alvos o ex-presidente Jair Bolsonaro e a sede do PL, associando-a a uma manobra do PT para tirá-lo da disputa de 2026. Nas redes, classificou as medidas como “violência” e defendeu que o país precisa “baixar a fervura”. Para ele, o ex-presidente é “honesto” e está sendo vítima de perseguição política. O uso de tornozeleira e a proibição de redes sociais e contato com o filho foram citados como abusos. Jorginho também alertou que o clima de tensão afeta a democracia e a economia.

Não justifica
O governador Romeu Zema (Novo), em entrevista ao Grupo ND, afirmou que Minas Gerais perde duplamente com a taxação dos Estados Unidos, tanto no aço quanto no café, já que o Estado é o maior exportador do grão. Criticou Lula por “agredir gratuitamente” os Estados Unidos e se aproximar de países como Irã e Cuba. No entanto, Zema também condenou a postura de Donald Trump, dizendo que “não justifica” a atitude do presidente americano ao retaliar o povo brasileiro em vez do governo. Mesmo assim, defendeu que o caminho agora é o diálogo direto entre os países.