A batalha pelo Senado em 2026
O Senado Federal tornou-se uma das maiores preocupações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para as eleições de 2026. O cálculo político é claro: a atual maioria que garante relativa tranquilidade ao Planalto pode se inverter na próxima legislatura.
Dos 54 senadores que encerram o mandato, 33 estão alinhados ao governo, 15 na oposição e seis se dizem independentes. Entre os 27 que permanecem até 2031, porém, a correlação de forças se inverte, com 17 oposicionistas contra apenas 10 governistas.
Esse cenário ajuda a explicar a inquietação do Planalto. Em caso de possível reeleição de Lula, um Senado de maioria conservadora poderia se tornar foco permanente de resistência, barrando projetos e criando dificuldades para a governabilidade. Para manter o controle da Casa, o governo precisaria eleger ao menos 32 senadores. Já a oposição, com apenas 24 cadeiras, alcançaria o número mágico de 41 votos, suficientes para travar pautas, instalar CPIs, derrubar vetos presidenciais, travar nomeações e até autorizar a tramitação de processos contra ministros do Supremo Tribunal Federal.
A oposição já se movimenta para conquistar esse espaço. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, resumiu a estratégia ao dizer que a direita precisa ter “um governo de direita com o Congresso na palma da mão”. Entre os nomes mais fortes estão Michelle Bolsonaro, favorita no Distrito Federal, Flávio Bolsonaro, que buscará a reeleição no Rio de Janeiro, e Carlos Bolsonaro, provável candidato em Santa Catarina. Outros aliados, como Ciro Nogueira (PP-PI), Eduardo Girão (Novo-CE) e Marcos do Val (Podemos-ES), também retornarão às urnas.
O governo, por sua vez, aposta em candidaturas de peso para equilibrar a disputa. Além de senadores governistas que buscarão renovação como os petistas Jaques Wagner (BA) e Randolfe Rodrigues (AP), o Planalto avalia lançar ministros como Simone Tebet (MDB), Márcio França (PSB), Fernando Haddad (PT) e até o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). São nomes de relevância política nacional, mas suas participações dependerão de costuras regionais e do tabuleiro da eleição presidencial.
A eleição de 2026 não definirá apenas a composição do Congresso, mas também a capacidade de Lula, caso reeleito, de governar com estabilidade. O Senado pode se transformar no maior obstáculo a um eventual quarto mandato ou, ao contrário, garantir a sustentação de sua agenda. É essa disputa silenciosa que já mobiliza governo e oposição.

Visita a Bolsonaro
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, autorizou a deputada federal Caroline de Toni (PL-SC) a visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro em sua residência, em Brasília, no dia 30 deste mês. Considerada uma das aliadas mais próximas de Bolsonaro em Santa Catarina, a parlamentar deve discutir com o ex-presidente a composição da chapa ao Senado em 2026. Nos bastidores, a expectativa é que Bolsonaro peça a Caroline que desista da disputa, já que ele decidiu garantir uma das vagas ao seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), e a outra há uma tendência para ser entregue ao senador Esperidião Amin (PP).

Conversa com Amin
Por sinal, no dia 1º de outubro, será a vez do senador catarinense Esperidião Amin (PP) visitar Jair Bolsonaro, com autorização do ministro Alexandre de Moraes. A reunião deve tratar da composição da chapa ao Senado em Santa Catarina, em que Amin disputa espaço com a deputada Caroline de Toni (PL-SC) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ). O ex-presidente já definiu que o filho será um dos nomes na aliança do governador Jorginho Mello (PL), restando a escolha da segunda vaga. O fato de Caroline e Amin terem audiências em dias distintos evidencia o peso das conversas, que serão conduzidas diretamente por Bolsonaro.

Emasa na Alesc
A Comissão de Meio Ambiente da Alesc recebe hoje o presidente da Emasa (Empresa Municipal de Água e Saneamento) de Balneário Camboriú, Auri Pavoni. O convite para o gestor foi feito pelo deputado Carlos Humberto (PL) e aprovado pelos demais membros do colegiado. A ideia é que Pavoni apresente os resultados das ações da empresa na balneabilidade da Praia Central de Balneário Camboriú nesses primeiros meses de gestão.

Investimentos federais
O presidente do Sebrae nacional, Décio Lima (PT), afirmou ontem em evento do BNDES, na cidade de Itajaí, que o governo Lula triplicou os investimentos federais em Santa Catarina em relação à gestão anterior. O anúncio do BNDES, de R$ 3,3 bilhões para logística, construção naval e agroindústria, foi usado pelo petista para reforçar a prioridade do governo federal no Estado. Em tom político, Décio criticou a gestão de Jair Bolsonaro, que segundo ele paralisou o porto de Itajaí. Ao associar Lula à retomada de obras e crédito, Décio busca projetar o governo como indutor do desenvolvimento em um reduto tradicionalmente conservador.

Alinhamento
A procuradora geral de Justiça, Vanessa Cavallazzi, se reuniu ontem com representantes do setor agrícola catarinense para estimular diálogo e alinhar estratégias em torno da regulação, fiscalização e desenvolvimento sustentável do setor. Estiveram no encontro o presidente da Epagri, Dirceu Leite, o presidente da Faesc/Senar, José Zeferino Pedrozo, o superintendente federal da Agricultura em Santa Catarina, Ivanor Boing, e o secretário de Estado da Agricultura, Carlos Chiodini.




