Lula cobra lealdade do Centrão; Michel Schlemper e Carlos Bolsonaro; Líder do PP na Alesc; entre outros destaques

Lula cobra lealdade do Centrão

A reunião ministerial no Palácio do Planalto, ontem, revelou um ponto sensível da governabilidade de Lula: a relação com o Centrão. Ao cobrar lealdade dos ministros do União Brasil e do PP, o presidente sinalizou preocupação com movimentos que indicam um afastamento gradual dessas siglas.

O incômodo do Planalto veio após a criação da federação União Progressista, formada por União Brasil e PP, hoje a segunda maior força do Congresso. O ato de lançamento foi marcado por discursos críticos ao governo, com a presença de nomes como Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo e potencial adversário de Lula em 2026.

Após a cobrança pública, ministros ligados ao bloco — André Fufuca (Esportes) e Celso Sabino (Turismo) — procuraram Lula para explicar a ausência de defesa ao governo no evento. Alegaram que não falaram porque o cerimonial não lhes concedeu a palavra.

A reação, no entanto, não ficou restrita ao Planalto. Declarações do presidente geraram mal-estar dentro do União Brasil, especialmente no presidente do partido, Antonio Rueda.

O episódio se soma a uma sequência de sinais preocupantes para Lula. Nas últimas semanas, líderes da federação chegaram a defender publicamente o desembarque de seus representantes do governo. Hoje, o União Brasil ocupa três pastas estratégicas: Celso Sabino (Turismo), Frederico de Siqueira Filho (Comunicações) e Waldez Góes (Desenvolvimento Regional). Já o PP comanda o Ministério do Esporte, com André Fufuca, e indicou o presidente da Caixa Econômica Federal.

Esse contexto reforça que a cobrança de Lula não é apenas simbólica: é um alerta de que a coalizão governista enfrenta risco real de esvaziamento. E, às vésperas de um ano eleitoral, com a União Progressista consolidada e Tarcísio pavimentando um caminho competitivo, a governabilidade pode se tornar ainda mais cara — tanto politicamente quanto em termos de concessões.

A dúvida que fica é: Lula terá fôlego para manter o Centrão no barco até 2026?

Boas-vindas

O vice-prefeito de São José, Michel Schlemper (MDB), não deixou passar em branco a especulação sobre a possível mudança de Carlos Bolsonaro para a cidade, onde o filho de Jair Bolsonaro e vereador no Rio de Janeiro poderia disputar uma vaga ao Senado por Santa Catarina. “Tomara que ele escolha São José para morar. Vai morar numa cidade que não para de crescer, empreendedora, dinâmica e valorizada”, disse Michel, em tom de boas-vindas.

Defesa

Durante entrevista para um programa de rádio, o vice-prefeito também entrou em um tema espinhoso: a anistia aos presos do 8 de janeiro. Sem rodeios, afirmou ser favorável e citou o caso de Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal e atual secretário de Planejamento de São José: “Olha o que tem sido feito contra ele. Está na prefeitura trabalhando de tornozeleira. Precisamos dar ao povo o direito de escolher seus candidatos”.

Bancada do PP

O deputado estadual Zé Milton foi escolhido como novo líder da bancada do Progressistas na Alesc. A decisão consolida a posição do parlamentar como um dos principais articuladores do partido e interlocutor com os demais deputados da Casa. Zé Milton substitui Altair Silva. Além deles, completa a bancada do PP o deputado Pepe Colaço. Vale lembrar que o Progressistas integra uma federação com o União Brasil, formando juntos a segunda maior bancada da Alesc, ao lado do MDB, com seis parlamentares. O nome do líder da federação na Casa ainda não foi definido.

Climão

A proposta do deputado estadual Rodrigo Minotto (PDT), que fixa em 55 anos a idade mínima para nomeações ao cargo de desembargador pelo quinto constitucional no Tribunal de Justiça de Santa Catarina, não repercutiu bem na Corte. A leitura dentro do TJ é de que a iniciativa soa como crítica indireta, já que há desembargadores com menos de 55 anos que têm se destacado na produtividade, ajudando a reduzir filas de julgamento e dar celeridade aos processos. O clima é de incômodo, e a PEC é vista como um arranhão na relação entre Legislativo e Judiciário. As últimas indicações pelo quinto constitucional, como as de Fernanda Sell, João de Nadal, Marcos Probst e Diogo Pitsica, ocorreram com todos abaixo da idade agora estipulada.