Quando o Sul dá exemplo ao Brasil
Enquanto Brasília vira palco para brigas políticas que mais atrapalham do que resolvem, os governadores do Sul mostram que é possível fazer diferente. Santa Catarina e Paraná deixaram a disputa de lado e, com maturidade e visão de futuro, sentaram à mesa para encerrar uma pendência que se arrastava há 40 anos.
Sim, você leu certo. Quatro décadas. Uma disputa judicial sobre royalties do petróleo, causada por um erro do IBGE lá nos anos 1980, finalmente teve um ponto final. E não foi qualquer acordo: foi um entendimento entre dois líderes que colocaram o interesse coletivo acima de tudo.
Os governadores Jorginho Mello e Ratinho Júnior não buscaram culpados – buscaram soluções. E chegaram a um consenso civilizado: o Paraná vai ressarcir Santa Catarina em R$ 340 milhões. Mas, em vez de dinheiro em caixa, o valor será revertido em obras estruturantes na SC-417, da divisa até o acesso a Garuva. Ou seja, o dinheiro vai virar desenvolvimento de verdade. Vai virar estrada, emprego, segurança e mobilidade. Vai melhorar a vida de quem realmente importa: as pessoas.
E nesse gesto, há uma mensagem poderosa. Em tempos de polarização, em que muitos fazem política para lacrar nas redes ou marcar posição ideológica, Jorginho e Ratinho mostraram que é possível fazer política com maturidade. Com diálogo. Com foco em resultado.
Como disse Ratinho Júnior, esse anúncio conjunto é uma demonstração daquilo que deveria ser o Brasil. E é mesmo. O Sul está dando aula de como unir forças, pensar no bem comum e transformar problemas antigos em oportunidades de avanço.
A política precisa urgentemente de mais exemplos como esse. De líderes que entendem que seus cargos não são para alimentar egos, mas para servir. Que sentem, conversem, e construam juntos.
Se o Brasil prestasse mais atenção a esse tipo de gesto, talvez andássemos mais rápido, com menos ruído e mais entrega. Porque no fim das contas é isso que a população espera: menos briga e mais solução. Um exemplo que não deveria ficar restrito ao Sul.

Diálogo
O governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), defendeu uma possível convergência entre o atual governador Jorginho Mello (PL) e o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), pré-candidato ao governo de Santa Catarina. Ratinho foi cauteloso e destacou o crescimento do PSD no país e o papel do partido em construir lideranças que ofereçam alternativas reais à população. Reafirmou a importância de apresentar propostas concretas aos Estados, inclusive Santa Catarina. Mas sinalizou abertura ao diálogo com Jorginho.

Mais sensato
Ratinho Júnior disse manter um bom relacionamento com Jorginho Mello e que, se houver um projeto comum benéfico para o Estado, a união política entre os dois partidos seria “o mais sensato”. Reforçou, no entanto, que não pretende interferir diretamente nas decisões internas do PSD em Santa Catarina. Disse estar à disposição para colaborar com um entendimento que evite divisões: “Para que todo mundo possa remar para o mesmo horizonte”.

Assinatura de Ivete
A senadora Ivete da Silveira (MDB-SC) anunciou sua adesão ao pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Única representante catarinense no Senado que ainda não havia se posicionado, Ivete afirmou agir com base em fatos e não por ataques pessoais. Ela destacou, em vídeo publicado na internet, que sua decisão reflete compromisso com a legalidade e o mandato popular. A senadora sofreu forte pressão política, especialmente de eleitores e lideranças do PL em Santa Catarina.

Encontro de governadores
Jorginho Mello (PL) participa hoje de uma reunião reservada com governadores de direita e centro-direita em Brasília, articulada por Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP). O encontro será no escritório do governo paulista e deve reunir governadores como Ratinho Júnior (PR), Romeu Zema (MG), Mauro Mendes (MT) e Ronaldo Caiado (GO). Na pauta, temas como o tarifaço de Trump, a tensão entre Congresso e STF e críticas ao governo Lula. A articulação é vista como movimento estratégico com foco nas eleições de 2026.

Desembarque
PP e União Brasil, que oficializam uma federação no próximo dia 19, preparam um desembarque conjunto do governo Lula. O Progressistas promete entregar o Ministério do Esporte até essa data, e trabalha para que os três ministérios sob controle do União também sejam devolvidos ao Planalto. A federação não permitirá aliança formal com o governo, e por isso os dois partidos, agora unidos, devem adotar posição independente mirando 2026. Tanto Ciro Nogueira (PP), próximo de Bolsonaro, quanto Antônio Rueda (União), articulador da federação, sinalizam apoio a uma candidatura de centro-direita, como a de Tarcísio de Freitas.