Tarifa dos EUA; Sucessão no TCE; Estruturação do PSD; Intervenção cirúrgica; entre outros destaques

Tarifa dos EUA exige resposta madura do Brasil

A imposição de tarifas de 50% pelos Estados Unidos sobre exportações brasileiras representa um grave risco à base econômica nacional, fortemente dependente da venda de matérias-primas. Como os produtores brasileiros não conseguem repassar integralmente esse custo aos preços finais, haverá queda na lucratividade, o que pode inviabilizar diversas exportações e comprometer cadeias produtivas inteiras, principalmente em Santa Catarina.

Apesar de o governo norte-americano alegar desequilíbrio comercial como justificativa, o Brasil tem sido deficitário nessa relação — argumento que fragiliza a base técnica da medida. Na verdade, trata-se de uma ação com forte viés político, vinculada ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e a alegadas restrições à liberdade de expressão, configurando uma diplomacia de intimidação (“bully diplomacy”) que afronta os princípios da OMC e substitui o diálogo multilateral por coerção bilateral.

Essa postura, ao politizar o comércio exterior, agrava tensões diplomáticas e afasta investidores. Como destacou a Fiesc (Federação das Indústrias de Santa Catarina), é urgente preservar canais de negociação e buscar uma solução baseada em serenidade e interesse nacional, sob pena de desindustrialização e perda de empregos.

O Brasil precisa reagir com firmeza, mas de forma institucional e pragmática, apostando na diplomacia como caminho para reconstruir a confiança e proteger sua economia. Em vez de respostas motivadas por ideologia ou revanchismo, o momento exige racionalidade, defesa da soberania e foco na estabilidade comercial.

O que havia de tensão política já foi lançado. Agora, é hora de proteger empregos, garantir segurança jurídica e reafirmar a maturidade das relações internacionais.

Sucessão do TCE 1

Em busca de consolidar apoios para viabilizar sua reeleição, o governador Jorginho Mello (PL) começou a mirar além de 2026 — e articula, nos bastidores, a futura composição do Tribunal de Contas do Estado. Segundo fontes do Centro Administrativo, Jorginho iniciou conversas sobre o preenchimento das três vagas que devem abrir em 2030, com a aposentadoria compulsória dos conselheiros Herneus De Nadal (atual presidente), Luiz Roberto Herbst e Wilson Wan-Dall.

Sucessão do TCE 2

O desenho político costurado por Jorginho Mello prevê que, em caso de reeleição, as indicações sejam divididas entre PL, Republicanos — partido que já está sob seu controle em Santa Catarina — e MDB. Os três grupos já abrigam ou devem abrigar os futuros indicados, cujos nomes estariam sendo discutidos de forma reservada. A sucessão no TCE ainda está distante no calendário, mas na política catarinense o jogo começou cedo. E Jorginho já está posicionando suas peças.

Volta ao jogo

De volta à Alesc após breve licença, o presidente Julio Garcia tem se dedicado à estruturação do PSD com foco em 2026 e à preparação de sua pré-candidatura a deputado federal. Com a experiência de quem conhece como poucos os bastidores da política catarinense, Garcia conduz as articulações com método, cautela e generosidade. Tem evitado movimentos que possam prejudicar outras lideranças do Sul do Estado, região com alta densidade de pré-candidaturas à Câmara. A aliados próximos, reafirma que será candidato, mas com uma premissa: sua candidatura precisa ajudar, não atrapalhar.

Agilidade

O governo do Estado protocolou o projeto de estadualização do Hospital Ruth Cardoso. E, na mesma hora, o deputado Carlos Humberto (PL) se reuniu com o presidente da Alesc, Julio Garcia (PSD), para garantir a rápida tramitação e aprovação antes do recesso parlamentar, que começa na próxima quinta-feira (17).

Intervenção cirúrgica

O governador Jorginho Mello (PL) esteve ontem em Brasília para passar por uma intervenção cirúrgica em um dos dedos da mão direita. Ele circulou pelos corredores do Senado acompanhado da secretária de Estado da Articulação Nacional, Vânia Franco. No fim do dia, se reuniu com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Questionado pela imprensa sobre a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, preferiu não se pronunciar.