Importar candidatura é desrespeitar SC
A percepção de que uma candidatura ao Senado por Santa Catarina vinda de outro Estado representa um desrespeito às lideranças políticas locais e à população catarinense é predominante entre os eleitores: 71,1% dos entrevistados em pesquisa do Instituto Neokemp, encomendada pelo Grupo ND, concordam total ou parcialmente com essa afirmação, enquanto apenas 9,6% discordam.
Esse dado revela, já na largada, o peso da identidade regional e da valorização das raízes locais no imaginário do eleitorado catarinense, configurando um dos principais desafios para nomes de fora que almejam representar o Estado no Congresso.
Diante disso, soa artificial — e até provocativo — o movimento de cogitar Carlos Bolsonaro (PL), vereador eleito no Rio de Janeiro e notoriamente ausente dos debates e pautas de interesse catarinense, como candidato ao Senado por Santa Catarina. Não se trata de uma questão ideológica ou partidária, mas de representatividade real.
A possível candidatura não dialoga com o sentimento de pertencimento que sempre marcou a escolha dos catarinenses. Os números da pesquisa deixam isso claro. Mais de 52% dos eleitores afirmam que não votariam em Carlos Bolsonaro, e 46,4% acreditam que sua presença na disputa tende a fortalecer a oposição — um sinal de que a rejeição pode contaminar até mesmo a própria chapa do PL.
Ao tentar importar uma candidatura, o partido corre o risco de ignorar o bom senso político e a vontade de um eleitorado que historicamente valoriza suas lideranças, suas pautas e seu espaço. Santa Catarina não é um trampolim eleitoral, nem um atalho para projetos pessoais. O Estado tem quadros capacitados e legitimados para disputar qualquer cargo, inclusive o Senado.
Importar um candidato para representar Santa Catarina é, no fundo, subestimar a inteligência e a autonomia dos catarinenses. E a resposta das urnas pode ser tão pedagógica quanto contundente.

Negócio da China
Em evento do Republicanos em Florianópolis, Jorginho Mello (PL) arrancou risadas ao contar de onde veio o terno alinhado que vestia: direto da China! “Ele tira a medida em três minutos e no outro dia você vai buscar. Nessa viagem que fiz comprei dois. Tudo certinho, certinho!”, disse, animado. Cada um saiu na bagatela de R$ 800 com camisa e gravata inclusas. Agilidade asiática com o selo Jorginho de aprovação.

Internação e cadastro
O governo do Estado enviou projeto de lei que cria o cadastro de moradores de rua em Santa Catarina. Mesmo tema de um projeto de lei proposto pelo deputado Carlos Humberto (PL), que também regulamenta a internação compulsória no Estado. Como a proposta do Executivo está junto com outros 59 projetos neste fim de semestre, não incluiu a internação em âmbito estadual, o parlamentar fez uma emenda para que Santa Catarina possa padronizar o entendimento sobre o tema em todo o território catarinense. O deputado disse que é preciso unificar a legislação.

Dois federais
O ingresso do suplente de deputado federal Coronel Armando no Progressistas, oficializado ontem em Joinville, fortalece a estratégia do partido de ampliar sua presença na Câmara dos Deputados em 2026. Apostando na regionalização, o PP busca nomes com raízes locais e forte apelo regional. A articulação do partido vem rendendo frutos após percorrerem o Estado mobilizando bases. Armando é visto como peça-chave no Norte, enquanto no Sul cresce a pressão para que o deputado estadual José Milton Scheffer dispute vaga federal.

Conflito de competência
O ministro relator do STJ, Sebastião Reis Júnior, decidiu não conhecer o conflito negativo de competência suscitado entre o Juízo da 2ª Vara de Barra Velha e o Tribunal de Justiça de Santa Catarina. O caso envolve denúncia contra o ex-prefeito de São João do Itaperiú, Clézio Fortunato, e outros acusados por crimes relacionados a contratos de iluminação pública descobertos na Operação Mensageiro. Com a decisão, prevalece o entendimento do TJSC, que declinou da competência após o término do mandato do ex-prefeito e o caso volta para a Vara de Barra Velha.

Republicanos
O Republicanos ganhou reforço em Santa Catarina com a filiação de três prefeitos, em evento ocorrido segunda-feira (7), que marcou uma nova fase de expansão da sigla no Estado. Deixaram o PSDB os prefeitos Almides Roberg Silva da Rosa (Santa Rosa do Sul) e Kekinha (Balneário Gaivota), sinalizando o enfraquecimento tucano em território catarinense. Também se juntou ao Republicanos o prefeito Freitas, de Jaborá, ex-União Brasil. As adesões reforçam o projeto da sigla para 2026.

Tabaco
A Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados promove hoje uma audiência pública para discutir o posicionamento do Brasil na COP 11 da Convenção-Quadro da OMS para o Controle do Tabaco, em novembro, em Genebra. O debate, proposto pelo deputado Pezenti (MDB-SC), busca alinhar os interesses do setor produtivo e evitar decisões prejudiciais ao segmento. Segundo o deputado, o evento internacional afeta diretamente milhares de famílias que dependem do cultivo do tabaco. O Brasil é líder mundial em exportação de tabaco. Só na região Sul, a cadeia produtiva envolve 509 municípios, 40 mil empregos diretos e mais de 600 mil indiretos.