Representação de SC; Mudanças no Secretariado; PP fora do jogo no estado; Vetos; entre outros destaques

Representar SC exige mais do que alianças políticas

O movimento político reacendido no fim de semana e que envolve o lançamento do nome do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) como possível candidato ao Senado por Santa Catarina, causou forte repercussão no meio político e na internet. A articulação foi construída em um encontro na semana retrasada entre o governador Jorginho Mello (PL) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em Brasília. Pelo acordo, Jorginho indicaria um nome — que deve ser o da deputada federal Caroline de Toni (PL) — e Bolsonaro, o outro.

A possibilidade de Carlos Bolsonaro – figura conhecida nacionalmente pela atuação na comunicação digital da família, mas completamente alheio à realidade catarinense – disputar uma das vagas mais relevantes da política catarinense provocou uma enxurrada de críticas.

A reação foi imediata e barulhenta. As redes sociais dos deputados federais do PL de Santa Catarina foram tomadas por críticas. E não é para menos. A ideia de “importar” um senador, como se o Estado fosse um simples território eleitoral disponível para projetos familiares ou nacionais, foi recebida como uma afronta à autonomia e à maturidade política de Santa Catarina.

A maior parte dos questionamentos gira em torno da falta de vínculo do vereador carioca com o Estado, sua realidade, cultura e demandas.

A repercussão, que não foi exatamente positiva, acendeu sinais de alerta até no entorno do ex-presidente. Nos bastidores, avalia-se que Bolsonaro lançou o nome de Carlos para testar a aceitação, sem que isso ainda represente uma decisão definitiva. Há também quem veja com preocupação os efeitos dessa movimentação sobre o projeto político de Jair Renan, filho “04” do ex-presidente e vereador em Balneário Camboriú, que pretende disputar vaga de deputado federal por Santa Catarina.
Santa Catarina tem uma trajetória política consistente, com representantes alinhados às demandas locais. O que se espera é que qualquer definição sobre a disputa ao Senado leve em conta esse respeito à história, à economia e aos eleitores do Estado.

Mudanças no Secretariado

Durante a missão oficial no Japão e na China, o governador Jorginho Mello sinalizou que fará novas mudanças no secretariado ao retornar a Santa Catarina. Nos últimos dias, houve troca no Planejamento, a Educação ganhou nova titular com Luciane Ceretta, e a coluna apurou que duas novas secretarias também passarão por mudanças. Uma delas será ocupada por novo titular após o retorno da comitiva. A outra envolve o procurador-geral do Estado, Márcio Vicari, que deixará o cargo para disputar uma vaga no Tribunal de Justiça pelo Quinto Constitucional. As mudanças devem ser oficializadas nos próximos dias, consolidando uma nova etapa na composição do governo.

Sem espaço

O deputado estadual Jair Miotto (União Brasil) cravou: vai à reeleição para a Alesc em 2026. A decisão encerra rumores sobre uma possível candidatura à Câmara e escancara um recado político. Com a adversária política Débora Parisotto no PSD – que não disputou a eleição em 2022 por intervenção de Miotto -, Miotto sinaliza não acompanhar o grupo da pré-candidatura de João Rodrigues ao governo do Estado. Onde ela estiver, ele não estará.

PP fora do jogo

Com a possibilidade do nome de Carlos Bolsonaro, vereador (PL-RJ), pré-candidato ao Senado por Santa Catarina e o governador Jorginho Mello (PL) anunciando apoio à deputada federal Caroline de Toni (PL), Jorginho descarta Esperidião Amin e o PP da chapa de 2026. A sinalização ficou clara: não haverá espaço para o Progressistas na composição majoritária liderada pelo PL. O MDB deve ocupar a vaga de vice na chapa.

Vetos no Congresso Nacional

O Congresso Nacional se prepara para uma sessão que promete tensão e muito simbolismo. Após mais de um ano sem analisar vetos, os parlamentares encaram uma pauta pesada, com 60 itens represados. No centro, o veto que barrou pensão e indenização para vítimas do Zika vírus, decisão que gerou forte desgaste social. A leitura do pedido de criação da CPMI do INSS também deve movimentar os bastidores.